Uma droga
barata, que está sendo consumida por um número cada vez maior de pessoas e
tem efeitos colaterais irreversíveis. Essa é a krokodil (que em russo
significa crocodilo), uma alternativa ao uso da heroína que está fazendo
vítimas por toda a Rússia, Europa e já chegou aos Estados Unidos.
O nome vem
de uma das consequências mais comuns ao uso, a pele da pessoa passa a ter um
tom esverdeado e cheia de escamas, como a de um crocodilo. Ela é considerada
de 8 a 10 vezes mais potente que a morfina. O problema maior nesta droga
russa é a maneira como o produto é feito.
O krokodil
é feito a partir da codeína, um analgésico que pode ser comprado em qualquer
farmácia russa sem receita médica, assim como acontece com analgésicos mais
fracos no Brasil. A pessoa sintetiza a droga em uma cozinha usando produtos
como gasolina, solvente, ácido hidroclorídrico, iodo e fósforo vermelho, que
é obtido de caixas de fósforo comuns, além dos comprimidos de codeína.
Segundo
os especialista, nenhum destes ingredientes é ideal e o produto final não é
nem um pouco puro, mas o resultado para o usuário é satisfatório. A
consequência de se colocar tantos produtos químicos na veia é a irritação da
pele, que com pouco tempo passa a ter uma aparência escamosa. A área onde o
krokodil é injetado começa a gangrenar, depois a pele começa a cair até expor
os músculos e ossos.
Casos de
viciados precisando de amputação ou da limpeza de grandes áreas apodrecidas
em seus corpos são cada vez mais comuns em salas de emergência dos hospitais
europeus. Como o crack, cocaína e heroína, largar o krokodil é uma tarefa
extremamente difícil. A desintoxicação é muito lenta e o usuário sente
náuseas e dores extremas, sendo que conseguir uma nova dose é muito fácil.
Sequelas físicas e mentais do uso contínuo do krokodil podem ficar para
sempre.
O krokodil
pode acabar matando o usuário recorrente em mais ou menos 2 anos e são raros
os casos de pessoas que se livraram do vício. A migração deles de uma droga
para outra é explicada pelo valor da dose. Cada uso de heroína pode custar na
Rússia 150 dólares (270 Reais), já o krokodil custa em média 8 Dólares
(aproximadamente 14 Reais).
No Brasil,
a codeína é vendida apenas com receita médica, mas na Rússia o produto é o
analgésico mais popular do país. Usada por praticamente a metade da
população, ela é responsável por cerca de 25% do lucro de algumas
farmácias. Outros países onde a codeína é vendida sem receita são o
Canadá, Israel, Austrália, França e Japão. Neles existe um grande risco do
krokodil se tornar uma epidemia como a que atinge atualmente a Rússia. No
Brasil ainda não existem registros da utilização da droga.
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