Na madrugada deste domingo (28), o delegado da Polícia Civil José Carlos
Mastique foi morto com um tiro de arma de fogo, feito por um cabo da Polícia
Militar, que estava em serviço. O caso aconteceu por volta das 3h próximo a um
posto de gasolina, localizado ao lado do Shopping Jequitibá, em Itabuna. José
Mastique já atuou como delegado em Itabuna e outras cidades da região.
O posto tem intensa movimentação durante as madrugadas. Por voltas das
4h, a delegada Lisdeile Nobre e policiais civis que estavam de plantão foram
acionados, compareceram, e Lisdeile iniciou os trabalhos de investigação. A
ela, uma testemunha, funcionário do posto, contou que foi chamado, por voltas
da 3h, para ajudar em uma briga de um casal, em que o homem estava armado e
agredindo a mulher.
Esse casal não estava consumindo na loja de conveniência do posto,
apenas estacionou o carro perto, e começou a discussão. O veículo de Mastique é
um Honda Fit, de cor prata e placa OKN-6018, que estava estacionado já na Av.
Félix Mendonça.
Ainda de acordo com este relato, o funcionário decidiu não se aproximar,
porque viu, de longe, que o homem estava realmente armado. Ele não sabia que se
tratava de um delegado. Então, este funcionário do posto acionou uma viatura da
Polícia Militar que passava nas imediações, e os policiais foram averiguar a
situação.
Um cabo da PM, identificado como Cleomário, iniciou as abordagens ao
casal. Houve discussão e o delegado foi atingido por um tiro e caiu ao chão.
Foram feitas ligações para o Samu 192, mas o delegado foi socorrido na própria
viatura da polícia militar para o Hospital de Base Luís Eduardo Magalhães. Ele
não resistiu aos ferimentos.
Uma equipe do Departamento de Polícia Técnica foi acionada, e o perito
Paulo Libório colheu sangue, fez fotografias e realizou análises técnicas. Ele
também coordenou ações de simulação, inclusive colocando outro veículo no mesmo
local, com o intuito de reconstituir a ação.
Uma garota de programa, envolvida na situação foi interrogada pela
polícia. Ela estava dentro do carro do delegado, e contou que percebeu a
discussão dele com o policial, até que ouviu o barulho do tiro. Ainda em
depoimento, ela disse que o delegado estaria dando uma carona a ela à estação
rodoviária, já que ela iria para sua cidade natal, Vitória da Conquista.
Não se sabe ainda se esta mulher que discutia com o delegado era a
garota de programa. Mas de acordo com o depoimento desta última, ela afirma que
não saiu do carro, que não discutiu, que apenas estava aguardando a carona para
a rodoviária, o que indica uma segunda mulher no episódio. A área do posto
estava lotado de pessoas que consumiam na loja de conveniências. Algumas dessas
pessoas foram e serão ouvidas pela polícia.
O caso ainda é cheio de incertezas. No início da manhã, no Complexo
Policial a movimentação já era intensa, e o clima bastante delicado,
especialmente em função de se tratar de dois policiais, um civil e um militar.
O caso é investigado com cuidado diferenciado. Policiais militares das mais
diversas patentes, assim como agentes e delegados da Polícia Civil estavam no
CPI, na manhã deste inusitado domingo itabunense.
Um destes delegados, André Aragão, coordenador regional, esteve na área
onde ocorreu o caso, para tentar colher imagens feitas por câmeras de segurança
instaladas nas imediações, com o propósito de esclarecer o episódio, como parte
das investigações.
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