O Plenário
do Senado aprovou por unanimidade, nesta terça-feira (6), substitutivo do
senador Blairo Maggi (PR-MT) à proposta de emenda à Constituição, de autoria do
senador Humberto Costa (PT-PE), que torna mais severa a punição para juízes e
integrantes do Ministério Público que tiverem cometido falhas graves, como
envolvimento com corrupção. O texto (PEC
53/2011), que agora segue para a Câmara dos Deputados, prevê a
possibilidade de perda do cargo. Atualmente, a aposentadoria compulsória é
punição disciplinar máxima para juízes condenados.
Para
acelerar a votação, os senadores decidiram suprimir o interstício
constitucional para entre os dois turnos de votação da PEC, que foi aprovada em
primeiro turno com 64 votos favoráveis e em segundo turno com 62 votos.
Em seu
relatório, Blairo Maggi incorporou o conteúdo da PEC
75/2011, também de Humberto Costa, que propõe modificação semelhante para a
carreira do Ministério Público.
Durante a
discussão da matéria, Humberto Costa apontou como principal objetivo de suas
PECs a eliminação do privilégio de magistrados e membros do Ministério Público
(MP) de, ao cometer crimes graves, receberem, no caso de juízes, a pena de
aposentadoria compulsória, e, no caso do MP, simplesmente o afastamento com
vencimentos integrais.
— Nesta
noite nós estamos tomando uma decisão importante, uma decisão histórica que vai
ao encontro do que a população brasileira deseja: transparência, fim da
impunidade, fim da corrupção, e, acima de tudo, sintonia com a exigência de
instituições democráticas transparentes e confiáveis — disse.
Manifestando
apoio à aprovação da matéria, Pedro Taques (PDT- MT) chamou a atenção para a
importância de se distinguir o instituto da vitaliciedade — uma prerrogativa
fundamental, em sua opinião, para que os magistrados possam atuar com
imparcialidade — com o privilégio da aposentadoria compulsória. Ele ainda
lembrou que somente 28 magistrados foram aposentados compulsoriamente, num
universo de 16 mil juízes, desde a criação do Conselho Nacional de Justiça
(CNJ).
Blairo Maggi
agradeceu pelas contribuições dos senadores Pedro Taques e Aloysio Nunes
(PSDB-SP) e das associações de juízes e do Ministério Público para a elaboração
do texto final do substitutivo. Blairo Maggi citou como alterações mais
importantes no texto a obrigatoriedade de o CNJ, o Conselho Nacional do
Ministério Público (CNMP), ou dos tribunais de representarem ao Ministério
Público, num prazo de 30 dias, para que seja proposta ação judicial visando a
perda de cargo no caso de ilícitos penais, puníveis com demissão, cometidos
juízes e de procuradores.
Outra
modificação é a possibilidade de colocação em disponibilidade, com subsídios
proporcionais, de magistrados ou membros do Ministério Público durante o
período da ação judicial, no caso de crimes hediondos, corrupção ativa e
passiva, peculato, na modalidade dolosa, concussão e outros ilícitos graves
definidos em lei complementar.
Em seu
parecer, Blairo Maggi explica que com a colocação em disponibilidade, o agente
publico terá uma redução em sua remuneração e, por ficar ainda vinculado à
respectiva carreira, manterá os impedimentos, não podendo, por exemplo, advogar
ou prestar consultoria.
Já a
senadora Kátia Abreu (PSD-TO), considerou um avanço a aprovação da PEC, mas
criticou a possibilidade, não eliminada pelo projeto, de juízes afastados sob a
acusação de venda de sentenças continuarem recebendo seus salários
integralmente até o julgamento de seus processos, o que, segundo ela, pode
levar um tempo demasiadamente longo.
Manifestaram-se
também favoráveis ao projeto os senadores José Agripino (DEM-RN), Ana Amélia
(PP-RS), Eunício Oliveira (PMDB-PE); Wellington Dias (PT-PI), Cristovam Buarque
(PDT-DF); Randolfe Rodrigues (PSOL-AP); Inácio Arruda (PCdoB-CE); Mário Couto
(PSDB-PA); e Antônio Carlos Valadares (PSB-SE).
As
informações são da Agência Senado.
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quarta-feira, 7 de agosto de 2013
Senado aprova punição mais severa para juízes e integrantes do MP
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